Por Daniel Vianna (CRM 25216), angiologista da Center Cardio.
Pacientes que sofreram trombose após a realização de cirurgia geralmente desconheciam, até aquele momento, que integravam grupo de risco. Resultado de uma espécie de pane nos mecanismos de coagulação do sangue, se não diagnosticada a trombose pode colocar o paciente sob risco de vida. Em muitos casos a falta de prevenção é o principal responsável por essa situação.
O correto é que cada pessoa que seja submetida a uma cirurgia passe também por uma série de exames e avaliações clínicas, que podem determinar os riscos de cada paciente em desenvolver a doença.
O principal problema da trombose é que seu diagnóstico é difícil e uma grande proporção dos casos evolui silenciosamente, com grandes chances de complicações. A trombose acontece quando são formados coágulos ou trombos em razão de algum fator que lesionou a parede dos vasos sanguíneos ou que fez o sangue estagnar no seu interior.
Tais placas podem obstruir a circulação no local ou, em casos mais graves, atingir os pulmões, bloqueando a oxigenação do sangue. É a embolia pulmonar, um acidente potencialmente fatal. A doença ocorre com frequência em pacientes que ficam imobilizados durante as internações, ou após cirurgias mais complexas.
Como a pessoa não se movimenta, a circulação se torna mais difícil e as chances de formação de trombos aumenta. Mas há grupos sob maior risco, mesmo fora dos hospitais. Ações simples como elevar os pés da cama do doente, utilização de faixas ou meias de compressão, sessões de fisioterapia e até a retirada precoce do paciente do leito podem reduzir o risco de trombose.
Em casos de maior risco, o paciente tem que ser submetido a medicamentos específicos, como os anticoagulantes e os antitrombóticos. Segundo os especialistas, o tratamento adequado pode reduzir em até dois terços a incidência da trombose e em um terço os casos de embolia pulmonar. O mais importante é procurar um médico especialista que irá avaliar os fatores de risco.
Dentre os fatores relacionados com a trombose destacam-se pessoas com mais de 40 anos, obesidade, varizes grandes, histórico de trombose, uso de anticoncepcionais orais ou da reposição hormonal, tabagismo e alterações genéticas que afetam o mecanismo de coagulação.
Há alguns fatores que podem funcionar como gatilho para a doença, como cirurgias de médio e grande portes, infecções e doenças graves, traumatismos, gravidez, pós-parto e imobilização prolongada. Quem tiver sido submetido a um destes procedimentos deve estar atento a sintomas como dor intensa, inchaço nas pernas, vermelhidão e calor no local, endurecimento da musculatura da perna e formação de nódulos dolorosos nas varizes.
E, mesmo após receber alta do hospital, o paciente deve seguir os cuidados e medicações recomendadas para evitar a trombose e comunicar qualquer alteração do quadro de saúde imediatamente ao médico especialista.
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